Nem sempre tudo é patchwork

Este trabalho já foi iniciado há mais de 50 anos pela minha bisavó.  Quando dei com esta beldade há uns 20 e tal anos sempre achei que teria de arranjar maneira de acabar ou dar seguimento, pois ainda só tinha UM CANTO feito.  Imaginem que é com linha 60.

As instruções já estavam tão danificadas e velhinhas - comidas pelos anos -- que tive que fazer copias (a cores) para poder seguir o esquema.  Um problema, a minha bisavó fazia o croché ao peito (com o alfinete) e eu não.  Isto era o meu maior problema, a minha renda era MUITO mais relaxada/aberta/mole que a dela.

Levei anos para ter coragem para pegar no trabalho, mas finalmente há 11 anos decidi que tinha mesmo de ser.  Tive que aprender a fazer como a Avo Isaura para poder dar continuidade.  Furei varias vezes o dedo. ganhou um calo, e penso que nunca mais na vida quero fazer croché com tão pequenina agulha.  Mas consegui fazer quase dois metros...

Quando olho para o trabalho já nem sei qual ponta fui eu, e qual foi ela.

Dentro de breve, vou finalmente por a uso, vou aplicar em linha para fazer um folho para uma das janelas da Casinha da Mariquinhas.  Uma das poucas lembranças da minha avó preferida.  O meu Anjo da Guarda.

O mais engraçado é que algures no trabalho, e agora não me recordo onde, tenho que procurar, deixei ficar um erro (um aberto maior que os outros todos --- Aconteceu quando rebentaram as aguas - no dia que nasceu a Sofia.)  

Quero chegar um dia ao fim dos meus dias com BOAS MEMORIAS / RECORDAÇÕES ... e esta é uma das MUITAS que guardo com carinho.

1 comentário:

  1. Parabéns Paula,
    Pelo trabalho perfeito e por tão lindas memórias que partilhaste conosco!!!
    Bjinhos

    PS: A máquina chegou bem, ainda não a tirei da caixa, mas parece-me tudo bem!!!

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